Construtoras trocam lucro por pontualidade do MCMV

16 de outubro de 2013

Construtoras trocam lucro por pontualidade do MCMV

Construtoras trocam lucro por pontualidade do MCMV 1024 765 Cimento Itambé

Garantia de receber sem atraso levam médias e pequenas empresas a optar pelo credenciamento no programa, em vez de priorizar o mercado imobiliário

Por: Altair Santos

Principalmente no interior do país, construtoras de pequeno e médio porte estão preferindo empreender com exclusividade para o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) em vez de trabalhar voltadas para o mercado imobiliário, onde a lucratividade é maior. O que faz essas empresas privilegiarem a política habitacional do governo federal é a pontualidade do pagamento. “A vantagem é que trata-se de um programa com credibilidade, onde o empresário, executando a obra, tem a garantia de que vai receber na data combinada, conforme o contrato”, exalta o engenheiro civil Álvaro Pereira da Silva, da Provectum Engenharia e Empreendimentos.

Conjunto Iguatemi, construído pela Provectum: empresa já empreendeu três mil unidades para o MCMV

Para ter margem de lucro, as construtoras que empreendem para a faixa 1 do MCMV (de um a três salários mínimos) precisam ter volume de obras. “A margem no Minha Casa, Minha Vida é pequena. Não é como na iniciativa privada, onde a empresa incorpora e vende a um preço que o mercado aceita pagar. Quem faz as avaliações é a Caixa Econômica Federal, e ela define o preço. Então, é preciso ganhar no volume”, diz Álvaro Pereira da Silva, que em quatro anos já viabilizou cerca de três mil unidades nas regiões norte e noroeste do Paraná. No caso da Provectum, a prioridade são as habitações horizontais, construídas em alvenaria convencional. “Estamos estudando adotar sistemas inovadores de construção para o ano que vem”, revela Álvaro Pereira da Silva.

Quem também constrói para a faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida é a CCP Engenharia de Obras, que atua em municípios da região metropolitana de Londrina, como Rolândia e Cambé. Segundo o engenheiro civil e diretor técnico da empresa, José Maria Soares, está se criando um nicho de construtoras especializadas em atuar na faixa 1 do MCMV. Boa parte, composto por empresas de pequeno porte. “A empresa de pequeno porte tem mais flexibilidade para atuar nessa faixa, pois é preciso ter um jogo de cintura para se inserir neste mercado”, cita José Maria Soares, afirmando que a pontualidade no pagamento compensa. “É preciso ter consciência de que se está trabalhando para um programa público. Por isso, é preciso responsabilidade. Mas o pagamento é rigorosamente em dia”, completa.

A CCP já construiu aproximadamente mil unidades para a faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida. A maioria de habitações horizontais e em sistema de alvenaria convencional.  As empresas alegam que adotar métodos construtivos inovadores só é interessante se o volume de casas contratadas for de quinhentas unidades para cima. “É um processo evolutivo, que talvez para futuros empreendimentos possa se viabilizar”, diz José Maria Soares, que avalia positivamente o MCMV. “É um programa que vai durar muitos anos, pois existe demanda”, completa. Da mesma forma, Álvaro Pereira da Silva também elogia o Minha Casa, Minha Vida. “É bom para todo mundo. Para a construtora e para o governo. Além disso, por causa da demanda alta, é um programa fortemente subsidiado”, enaltece.

Entrevistados
Engenheiros civis Álvaro Pereira da Silva, da Provectum Engenharia e Empreendimentos Ltda., e José Maria Soares, da CCP Engenharia de Obras Ltda
Contatos
provectum@provectum.com.br
alvaro@provectum.com.br
vasco@construtora-ccp.com.br
jmsoares@construtora-ccp.com.br

Crédito foto: Divulgação/Provectum

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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