Construtoras passam a processar resíduos da construção

23 de abril de 2015

Construtoras passam a processar resíduos da construção

Construtoras passam a processar resíduos da construção 1024 682 Cimento Itambé

Empresas utilizam produtos recicláveis em suas obras e transformam coleta, separação e transformação de entulhos em um novo nicho de negócio

Por: Altair Santos

Elementos de concreto não-estruturante, fabricados a partir de resíduos da construção civil, estão cada vez mais frequentes nos canteiros de obras. A novidade é que as construtoras passaram a atuar no processo de reciclagem destes materiais. Empreiteiras de maior porte enxergaram até um novo nicho de negócio. Como a Odebrecht, que criou uma unidade que transforma entulhos em agregados reciclados. A UVR Grajaú, localizada na região metropolitana de São Paulo, é a maior central de tratamento da América Latina. Tem capacidade para triturar, separar, classificar e armazenar cerca de 40 mil toneladas por mês, transformando entulhos em insumos.

Na região metropolitana de São Paulo, Odebrecht instalou uma unidade só para reciclar resíduos de obras

A Odebrecht Ambiental é quem faz a gestão da UVR (Unidade de Valorização de Resíduos da Construção Civil). A coleta dos entulhos não é realizada diretamente nas construções. A captação se dá por meio da operação de um aterro licenciado, que funciona ao lado da recicladora de Grajaú, onde são recebidos materiais de clientes públicos e privados para tratamento e beneficiamento. Os agregados são destinados a obras de infraestrutura, como pavimentação, guias e sarjetas, recomposição de pátios de estacionamento e calçamento, além de serem encaminhados para obras civis em forma de artefatos de cimento, como pisos intertravados, blocos de alvenaria e muros de fechamento.

Faltam marcos legais
No Brasil, não há normalização para o uso de insumos reciclados na produção de concreto estruturante. Por isso, a Odebrecht Ambiental e outras construtoras que atuam no reaproveitamento de entulhos avaliam que é preciso fortalecer os marcos legais do setor, para que ele possa expandir. “Temos planos para implantar novas Unidades de Valorização de Resíduos, mas isso só ocorrerá de acordo com a resposta do mercado e do fortalecimento dos marcos legais para o uso de insumos reciclados na construção civil”, diz a empresa, através de sua assessoria de imprensa. Atualmente, duas normas técnicas, além da Resolução nº 307 do CONAMA, estabelecem procedimentos para o uso de agregados reciclados: ABNT NBR 15115 e ABNT NBR 15116 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil.

Entulho bruto entra na unidade de reciclagem, que separa os agregados

Mesmo construtoras que ainda não utilizam agregados reciclados em suas obras já estão comprometidas em selecionar os entulhos e encaminhá-los para reaproveitamento. É o caso da CMO, de Goiânia, que adotou uma política de separação dos resíduos. “Separamos os materiais recicláveis por classes e destinamos para as empresas habilitadas, responsáveis pelo reaproveitamento e pelo reprocessamento”, explica a gerente de planejamento da CMO Construtora, Mariana Cátima Queiroz e Silva. A engenheira civil explicou que a empresa também atua no controle de resíduos gerados em suas obras, buscando reduzir o volume de acordo com a área construída. No Paraná, a Hestia Construções foi pioneira em implantar um programa contínuo de gestão de resíduos sólidos com o objetivo de dar destinação aos entulhos e encaminhá-los à reciclagem.

 

 

Entrevistados
Odebrecht Ambiental (via assessoria de imprensa) e engenheira civil Mariana Cátima Queiroz e Silva, gerente de planejamento da Construtora CMO

Contatos
http://www.odebrechtambiental.com/contato
mariana.catima@cmoconstrutora.com.br
engenharia@cmoconstrutora.com.br

Créditos Fotos: Divulgação/ Odebrecht Ambiental

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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