Setor da construção civil começa a dar sinais de reação

28 de julho de 2016

Setor da construção civil começa a dar sinais de reação

Setor da construção civil começa a dar sinais de reação 600 399 Cimento Itambé

Indicadores apontam para retomada da confiança dos empresários a partir deste semestre, caso governo federal tome as medidas certas

Por: Altair Santos

Lentamente, a cadeia produtiva da construção civil começa a dar sinais de recuperação. A expectativa dos principais agentes do setor é de que haja um impulso maior neste segundo semestre de 2016, para que se consolide um viés de alta em 2017. Segundo o mais recente termômetro da ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), existem expectativas positivas, mas com ressalvas. “Apesar da evolução no humor dos empresários, a realidade das vendas ainda aguarda melhoras. Quem sabe, em julho, haja a consolidação de números positivos”, afirma Walter Cover, presidente da associação.

Estimular a abertura de canteiros de obras é uma das estratégias para combater o desemprego

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O termômetro da ABRAMAT mostra que 54% dos empreendedores das indústrias de materiais de construção afirmam pretender realizar investimentos nos próximos 12 meses. A pesquisa também indica que 23% dos empresários estão otimistas com os sinais emitidos pelo governo federal para o setor da construção civil. Isso, ressalta a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), implica no resgate da credibilidade do país e no controle e qualificação dos gastos públicos “São passos que permitirão recuperar a capacidade de investimento”, diz o presidente da CBIC, José Carlos Martins.

O presidente da ABRAMAT lembra que é preciso também pensar em soluções para o comércio de materiais de construção. “O desemprego e o medo do desemprego têm postergado reformas nas moradias, responsável por 50% do consumo de materiais de construção. A indústria do setor requer uma política para estimular esse mercado. Já o segmento das construtoras depende de crédito imobiliário em condições favoráveis e de um programa consistente de obras para infraestrutura”, afirma, já fazendo o alerta: “Mesmo com esses incrementos não voltaremos tão cedo ao ritmo de atividade do passado recente (período 2009-2014)”.

Alternativas viáveis
No entanto, não dá para ficar parado. Voltar a crescer, ainda que minimamente, é fundamental. Por isso, Walter Cover afirma que a ABRAMAT vem realizando reuniões com organismos governamentais, em particular com a Caixa Econômica Federal e com o comitê gestor do FGTS, para reestimular o crédito. Esses encontros têm trazido resultados. Recentemente, a Caixa Econômica ampliou o limite de financiamento de R$ 1,5 milhão para R$ 3 milhões nas operações de crédito do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), válido a partir de 25 de julho de 2016. Essa modalidade financia imóveis sem emprestar dinheiro do FGTS.

A Caixa também está prestes a fomentar o crédito para obras menores. A intenção do governo federal é anunciar, em breve, um pacote de medidas que reaqueçam o varejo da construção civil. Entre elas, o lançamento de um cartão que vai disponibilizar R$ 5.000 de saldo para famílias que recebem até R$ 1.600 por mês. Os recursos poderão ser usados para pequenas reformas, sendo possível sacar para pagar a mão de obra e comprar material diretamente na loja de construção. “São medidas ainda tímidas, mas que começam a movimentar o mercado. O importante é sair da inércia”, avalia Walter Cover.

Entrevistados
Walter Cover, engenheiro agrônomo, Ph.D em economia agrícola e presidente da ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção)
Engenheiro civil José Carlos Rodrigues Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)

Contatos
abramat@abramat.org.br
comunica@cbic.org.br

Crédito Foto: Dênio Simões/ Agência Brasília

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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