Construção civil se divide diante do cenário econômico

1 de agosto de 2013

Construção civil se divide diante do cenário econômico

Construção civil se divide diante do cenário econômico 1024 685 Cimento Itambé

Setor habitacional ainda tem fôlego para seguir aquecido. No entanto, obras voltadas à infraestrutura não têm perspectivas tão animadoras

Por: Altair Santos

A sensação de bem-estar gerada pela economia brasileira arrefeceu. Indicadores como inflação crescente, confiança em queda e disposição para o consumo em viés de baixa criaram um novo cenário no país. Pagam todos, indiscriminadamente. Uns mais, outros menos. Até dentro de um mesmo setor, há quem sinta o impacto de maneira diferente. É o caso da construção civil. Segundo levantamento realizado pela LCA Consultoria, o segmento voltado ao setor imobiliário tende a se manter aquecido. Já o que engloba as obras de infraestrutura não convive com previsões tão otimistas. Por dois motivos: a lentidão dos projetos e por que boa parte dos recursos já foi empenhada para o evento Copa do Mundo, seja na forma de estádios ou empreendimentos voltados à mobilidade.

Momento econômico ainda mantém aquecido alguns setores e promove o recuo de outros.

Um dado relevante levantado pela LCA Consultoria, e que mostra o cenário econômico atual, está no desempenho do PIB da construção civil registrado no primeiro trimestre de 2013. Houve recuo de 1,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, acentuando a queda em relação ao final de 2012, quando o PIB do setor caiu 0,2% na mesma base de comparação. Diante destes números, a empresa especializada em inteligência de mercado estima que o PIB da construção fechará 2013 com crescimento de 2,9%. O mesmo estudo projeta que para 2014 esse número deve chegar a 3,9%. “É que no ano que vem haverá eleições e os governos tendem a contratar obras. Mas a euforia de 2010 não vai voltar. O crédito está desacelerando”, diz o economista Fernando Sampaio, um dos sócios da LCA.

Em 2010, o PIB do setor cresceu 11,6%. Em boa parte, esse avanço se deu por causa do encaminhamento de projetos de infraestrutura, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e do auge do programa Minha Casa, Minha Vida. Agora, o momento é outro, principalmente na construção pesada. Um exemplo é que em maio de 2013 o segmento gerou apenas 719 empregos líquidos com carteira. Bem abaixo do patamar de 12 mil vagas observado no mesmo mês do ano anterior. Outro indicador é a confiança do empresariado. Em julho de 2013, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o índice baixou para 51 pontos entre os construtores de edifícios, 50,2 entre os ligados às obras de infraestrutura e 52,9 entre os que prestam serviço especializado ao setor.

Crédito em alta

Um dado que mostra por que o segmento de construção habitacional está mais otimista que o de infraestrutura está no volume de empréstimos concedidos para a compra e construção de imóveis no país. O desembolso atingiu R$ 49,6 bilhões no primeiro semestre de 2013. Tratam-se de recursos 34% superiores aos R$ 37 bilhões no mesmo período de 2012. Esse dinheiro financiou 244,7 mil unidades nos primeiros seis meses de 2013 – 14% a mais do que no mesmo período do ano passado. O levantamento é da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), que alerta, porém, que os números atuais ainda são reflexo do auge do mercado imobiliário, vivido entre 2009 e 2010. Seriam os lançamentos daquele período que estão sendo entregues agora e, portanto, consolidando a concessão de financiamento a quem comprou as unidades.

Entrevistados
– LCA Consultoria, especializada em inteligência de mercado. (via assessoria de imprensa)
– Confederação Nacional da Indústria (CNI). (via assessoria de imprensa)
– Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). (via assessoria de imprensa)
Contatos: contato@lcaconsultores.com.br / imprensa@cni.org.br / imprensa@abecip.org.br
Créditos foto: Marcelo Camargo / ABr

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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