Construção civil nos EUA é o oposto da brasileira

14 de dezembro de 2016

Construção civil nos EUA é o oposto da brasileira

Construção civil nos EUA é o oposto da brasileira 150 150 Cimento Itambé

Edifícios comerciais, shopping centers e hotéis são os empreendimentos que mais atraem investimentos estrangeiros naquele país

Por: Altair Santos

A construção civil nos Estados Unidos não para de atrair recursos. A cada sinal de crise internacional, investidores correm para aquele país e aplicam seu dinheiro em projetos de baixíssimo risco. Traduzindo: imóveis. Os edifícios comerciais, além de empreendimentos voltados às compras e ao lazer, como shopping centers e hotéis, são as obras que mais atraem recursos. Diferentemente da construção civil brasileira, que não consegue captar recursos estrangeiros, a dos EUA fecha 2016 com uma injeção de US$ 690 bilhões, segundo o mais recente relatório do Índice de Construção Marcum – um dos relatórios com maior credibilidade no país.

O índice divide o investimento para a construção em 16 subsetores. O segmento de prédios comerciais e office recebeu 23% mais recursos que em 2015. Já o de hotéis, cresceu 20% na comparação com o ano passado. A área de shopping centers teve um ganho de 6%, à frente de outro subgrupo cuja atração de investidores vem crescendo nos Estados Unidos: o de construções para a educação. Esse dinheiro costuma ir para fundações que bancam universidades e outras modalidades de ensino. São recursos que, além de lucro, geram abatimento no pagamento de impostos. Por isso, atraem investidores.

O economista-chefe da fundação Marcum, Anirban Basu, explica esse posicionamento dos investidores estrangeiros. “Alguns segmentos de construção dos Estados Unidos foram ajudados por uma economia global fraca. A falta de oportunidades de investimento em todo o mundo fez com que uma quantidade significativa do capital estrangeiro fluísse para os Estados Unidos em busca de rendimentos seguros”, diz. Para o economista, o desafio do governo de Donald Trump será atrair investidores para outras áreas da construção civil norte-americana que carecem de recursos. Entre elas, saneamento básico, comunicação e transportes.

Já falta mão de obra
Em seu relatório, o economista Anirban Basu avalia que se o governo dos Estados Unidos captar investimentos para obras de infraestrutura haverá um impacto direto no mercado de trabalho da construção civil norte-americana. O índice de desemprego no setor vem caindo desde 2011, quando era de 13,7%. No começo de 2016, o percentual estava em 5,7% e vai fechar o ano em 4,9%. “A maioria das empresas de construção já relata dificuldades para contratar eletricistas, soldadores e carpinteiros. Já existem empresas que estão buscando alunos ainda não-formados nas escolas de tecnologia para suprir suas demandas”, explica.

Olhando para o futuro, o relatório da Fundação Marcum avalia que o governo Donald Trump tende a promover mais estímulos para a construção civil dos Estados Unidos. “É possível que haja um pacote que combine investimento público com redução de impostos, a fim de atrair mais investidores. Além de obras de infraestrutura, haverá foco no estímulo para o setor habitacional, que desde a crise de 2008 ainda não conseguiu se recuperar plenamente”, conclui o relatório, prevendo que a falta de mão de obra pode piorar, o que impactaria na pressão sobre os salários e na inflação. Cenário bem diferente daquele que o Brasil experimenta atualmente.

Entrevistado
Anirban Basu, economista-chefe da fundação Marcum, com base no relatório Índice de Construção Marcum

Contatos
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Crédito Foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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