Concretagem em tempo quente

29 de outubro de 2013

Concretagem em tempo quente

Concretagem em tempo quente 150 150 Cimento Itambé

Altas temperaturas provocam efeitos indesejáveis em algumas características do concreto

Por: Jorge Aoki, Gerente de Assessoria Técnica na Cia. de Cimento Itambé

Com a chegada do verão e das altas temperaturas, são necessários determinados cuidados com o concreto. As características básicas do material, quando fresco, são as mais afetadas, embora o concreto endurecido também necessite de atenção especial, principalmente na questão da cura das primeiras idades.

Altas temperaturas provocam efeitos indesejáveis em algumas características do concreto

A perda rápida de água da massa de concreto e das argamassas provoca a chamada retração hidráulica, que por sua vez causa o aparecimento das indesejáveis trincas e fissuras. Esse efeito fica acentuado com o aumento da velocidade dos ventos e da baixa umidade relativa do ar. No momento da aplicação do concreto é provável a ocorrência de uma dificuldade a mais com a perda da plasticidade.

Nos concretos convencionais, a maior parte da água de amassamento determinada no momento da dosagem tem apenas a função de permitir a correta aplicação com o total preenchimento das fôrmas. A retirada do ar da massa, com o uso de vibradores, fica bem facilitada quando a plasticidade é adequada. Porém, esta mesma água adicional, que depois vai sair por evaporação (exudação) é a que sofre a ação das altas temperaturas. Uma das funções fundamentais do processo de cura é exatamente impedir a saída rápida desta água, evitando a retração.

Define a ABNT NBR-7212 ( Execução de concreto dosado em central) em seu item 4.5.4: “A temperatura ambiente para lançamento do concreto deve estar entre 5° C e 30° C, conforme a ABNT NBR 14931 (Execução de Estruturas de Concreto – Procedimento). Fora desses limites devem ser tomados cuidados especiais acordado entre as partes. A temperatura do concreto por ocasião de seu lançamento deve ser fixada de modo a evitar a ocorrência de fissuração de origem térmica.

Portanto, algumas precauções são necessárias:

1. No caso de o concreto ser dosado em central, programar o intervalo entre caminhões-betoneira de modo a evitar a espera dos mesmos na obra. Desta forma, ganha-se tempo de aplicação.
2. Verificar com atenção o horário de mistura dos materiais componentes do concreto – anotado, obrigatoriamente, na nota fiscal -, pois a partir deste começa a contar o tempo de início de pega do concreto.
3. Nos bombeamentos, evitar paradas prolongadas, pois a tubulação exposta ao sol aumenta o efeito do início de pega e provoca entupimentos frequentes.
4. Dimensionar bem o pessoal da obra envolvido no transporte vertical/horizontal do concreto e adensamento (vibração) agilizando a descarga e ganhando tempo.
5. Manter as fôrmas bem molhadas para que não absorvam a água do concreto, aumentando o efeito da retração e provocando o aparecimento de fissuras.
6. Observar atentamente os procedimentos da cura do concreto, evitando a perda de água e a ocorrência de fissuração térmica.

Os métodos mais comuns de cura são:

– Irrigação ou molhagem contínua da superfície do concreto logo após o término da concretagem e por um período de pelo menos 7 dias, inclusive nos horários noturnos.
– Utilização de lonas plásticas para cobrir a superfície do concreto, evitando a perda de água.
– Recobrimento das superfícies com areia, serragem, sacos de aniagem ou papel, sempre mantidos bem úmidos.
– Emprego de películas de cura que evitam a evaporação rápida de água.

Crédito foto: Cia. de Cimento Itambé

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
29 de outubro de 2013

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