Ciclovias em concreto mudam a cara de Brasília

16 de agosto de 2012

Ciclovias em concreto mudam a cara de Brasília

Ciclovias em concreto mudam a cara de Brasília 150 150 Cimento Itambé

ABCP presta assistência técnica para que capital federal ganhe vias em pavimento rígido de uso exclusivo das bicicletas

Por: Altair Santos

O uso da bicicleta cresce nos grandes centros urbanos, apesar da escassez de ciclovias. Atenta a essa demanda, que é uma solução de mobilidade e também de menor impacto ao meio ambiente, a ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) iniciou um programa que treina construtoras e orienta prefeituras para a expansão dos trechos de ciclovias em pavimento rígido. Brasília é uma das primeiras capitais a aderir ao projeto. Até 2014, a capital federal pretende interligar o Plano Piloto e as cidades satélites através de 600 quilômetros de rotas exclusivas para bicicletas.

Fernando César Crosara, gerente regional da ABCP: rotas no Plano Piloto serão todas em concreto.

O objetivo, segundo explica o engenheiro civil Fernando César Crosara, gerente regional da ABCP no Centro-Oeste, é que um trabalhador ou um estudante possa sair de um ponto distante da periferia de Brasília e chegar de bicicleta a locais como a Esplanada dos Ministérios ou à UnB (Universidade de Brasília). “Atualmente, devemos estar com 180 quilômetros implantados. Dentro do Plano Piloto, a opção é de 100% pelo pavimento rígido. Isso vai envolver 220 quilômetros no total. Foi um trabalho da ABCP, cujo projeto preservou o meio ambiente da cidade. A ciclovia corta um trecho bem arborizado e o pavimento em concreto não requer equipamentos tão grandes quanto o asfáltico. Com isso, nenhuma árvore precisou ser derrubada”, lembra Crosara.

O pavimento rígido proposto pela ABCP tem 15 centímetros de espessura, cujo processo construtivo é o seguinte: primeiro, o terreno natural recebe uma mistura de cimento e de cal. Esse material é compactado com equipamento pesado, sobre uma base de cinco a dez centímetros de brita graduada. Em seguida, recebe uma placa de oito centímetros de concreto, com resistência de 25 MPa (Mega Pascal). Contida por cordões de meio fio, cada placa tem dois metros e meio de largura. “A ideia é fazer bem feito, para que a ciclovia não requeira manutenção. Brasília, por causa do clima, é especialmente favorável ao pavimento rígido. Há trechos na cidade que foram construídos em 1960 e resistem intactos até hoje”, explica o gerente regional da ABCP.

Ciclovia em concreto é menos agressiva ao meio ambiente.

O modelo de Brasília tem estimulado outras cidades a implantar projetos semelhantes. “Belo Horizonte já tem um estudo e Goiânia faz um trabalho muitíssimo interessante. A ciclovia é acompanhada por uma calçada de acessibilidade e ambas utilizam pavimentos permeáveis que captam a água num dreno, o qual aumenta o tempo de devolução desta água das chuvas para o ambiente. Com isso, eles estão conseguindo evitar enchentes”, afirma Fernando César Crosara. Segundo o engenheiro, com base nos exemplos bem sucedidos de Brasília e Goiânia, a ABCP agora trabalha para elaborar um manual nacional de ciclovias. “A ideia é criar um padrão para todo o país”, revela.

Como o custo para construir uma ciclovia em concreto é igual ao que se gasta para fazê-la em asfalto, a ABCP confia que mais cidades irão aderir ao seu projeto nos próximos anos. Principalmente pela segurança que ele transfere ao ciclista. “Além de haver um conforto de rolamento, a ciclovia em concreto oferece boa luminosidade, principalmente à noite, o que permite que o ciclista seja melhor visualizado pelo motorista. Além disso, oferece uma segurança que uma ciclo faixa não dá. Na ciclo faixa, uma criança não pode trafegar sozinha. Já na ciclovia ela está protegida de acidentes”, finaliza Fernando César Crosara.

Ciclovia corta as asas Sul e Norte de Brasília.

 
Entrevistado
Fernando César Crosara, gerente regional da ABCP em Brasília
Currículo

– Graduado em engenharia civil pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
– Tem MBA em gerência de projetos e 35 anos de atuação no mercado da construção civil
– Atua há 10 anos na Associação Brasileira de Cimento Portlando (ABCP) como gerente da regional Centro-Oeste
Contato: fernando.crosara@abcp.org.br
Créditos foto:  Divulgação/ABCP

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
VEJA TAMBÉM NO MASSA CINZENTA

MANTENHA-SE ATUALIZADO COM O MERCADO

Cadastre-se no Massa Cinzenta e receba o informativo semanal sobre o mercado da construção civil