Calcário para Cimento

24 de julho de 2007

Calcário para Cimento

Calcário para Cimento 150 150 Cimento Itambé

90% da matéria-prima para fabricação do cimento vem deste importante minério

Desde os tempos mais remotos o homem procura um material resistente às condições climáticas e, por isso mesmo, bastante durável. Inicialmente os Egípcios usavam uma espécie de lama encontrada no Rio Nilo e depois um certo tipo de gesso; ambos encontrados até hoje em alguns monumentos e obras. Entretanto, foram os Romanos que apresentaram pela primeira vez um aglomerante que chamaram de caementun, termo que originou a palavra cimento. Séculos depois, em 1824, o construtor inglês Joseph Aspdin patenteou o sistema que perdura até hoje, ou seja, calcário mais argila, finalmente moídos em meio úmido, queimados em forno e depois moídos novamente bem finos. A diferença para os sistemas modernos é a utilização da chamada via seca, ou seja, o material é moído em meio seco.

Atualmente, além do calcário e argilas são utilizados também bauxitas e minérios de ferro, em pequenos volumes, para ajustar as quantidades de óxidos exigidos em todo o processo. Estes óxidos – de Cálcio, Sílica, Alumínio e Ferro – são responsáveis por 95% da composição química do clínquer. Na maioria dos minerais – quartzo, rochas ígneas e sedimentares – é abundante a presença de sílica, alumínio e ferro. Porém, o cálcio, que é o principal componente do cimento, apenas é encontrado em alguns tipos específicos de rocha calcária.

Quando se fala em Calcário, pensa-se inicialmente na Cal, que é muito utilizada na construção civil e na correção de solos. De fato, o nome é derivado do termo latino “calcarius” que significa “o que contém cal”. Na superfície terrestre os afloramentos de calcário são freqüentes e sob diversas formas, de acordo com a época e tipo de formação. Recebe vários nomes, como mármore, marga ou calcita. Sua composição básica é o Carbonato de Cálcio – CaCO3 – e, especificamente para a fabricação do cimento, o teor desse carbonato deve ficar entre 80 e 85%.

Porém, como em outros minerais, há também a presença de elementos indesejáveis. No caso do calcário para a fabricação de cimento, o “vilão” é o óxido de magnésio – MgO – e sua presença é o motivo de muitos cuidados na prospecção e exploração das jazidas. Seu teor é limitado pelas normas nacionais e internacionais. Este óxido, quando entra em contato com a água no concreto ou argamassa, se hidrata, transforma-se lentamente em hidróxido de magnésio – Mg(OH)2 – e seu volume cresce. Esta expansão pode criar tensões internas suficientes para provocar trincas e fissuras. As normas brasileiras fixam o limite máximo de 6,5% para o teor de óxido de magnésio nos cimentos brasileiros, com exceção para o tipo CP III – Cimento Portland de alto-forno, que pela presença da escória não tem limite para o MgO.

O calcário se classifica em três tipos, de acordo com o teor de óxido de magnésio. É chamado de Calcítico se o teor de MgO for menor que 4%. Se o teor ficar entre 4 e 18%, inclusive, será chamado de Dolomítico, e se o teor ficar acima de 18% será chamado de calcário Magnesiano. A estratégia para a pesquisa de jazidas para cimento é obter depósitos minerais com pureza ideal e volume viável para o empreendimento. Contudo, por melhor que seja a jazida, não é encontrado nela apenas um determinado tipo de calcário. O segredo, portanto, é fazer uma mistura dos tipos disponíveis, de tal maneira que não se ultrapasse o limite de óxido de magnésio no cimento produzido com este material.

Na prospecção e desmonte das bancadas de exploração, todo o material é ensaiado e a mina é mapeada de acordo com o tipo de material encontrado. As reservas minerais da Itambé, onde se inclui a Mina Rio Bonito – atualmente em exploração -, somam 400 milhões de toneladas. O controle de envio do material para a fábrica é feito com muita atenção pelos técnicos da Mina, com base nos ensaios realizados pelo laboratório, que coleta amostras a cada duas horas. A média dos resultados é então utilizada para a remessa do calcário que irá compor a chamada pilha de pré-homogeneização. Desta maneira, fica garantido o atendimento às normas brasileiras neste importante item de controle, já que a segurança das obras deve sempre ser o principal cuidado.

Créditos: Engº Jorge Aoki – Gerente de Assessoria Técnica Itambé

Jornalista Responsável: Rosemeri Ribeiro Mtb. 2696

24 de julho de 2007

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