Nem pedra nem paver: a vez é das calçadas de concreto

17 de agosto de 2016

Nem pedra nem paver: a vez é das calçadas de concreto

Nem pedra nem paver: a vez é das calçadas de concreto 700 525 Cimento Itambé

Tendência vem dos EUA, onde engenheiros dos departamentos de obras das prefeituras buscam melhores soluções de mobilidade para os pedestres

Por: Altair Santos

As calçadas de concreto, montadas sobre armações de ferro, estão voltando a ganhar espaço nas cidades. Não no Brasil, mas nos Estados Unidos. Engenheiros dos departamentos de obras das prefeituras norte-americanas se uniram em um congresso para debater a qualidade das calçadas no país. O resultado é que os passeios construídos em concreto saíram fortalecidos do encontro. Por dois motivos: são mais baratos, desde que construídos com mão de obra qualificada, e duram mais, desde que bem projetados e executados. “O consenso que se criou na reunião entre chefes de departamentos de obras das prefeituras é que economizaríamos muito em manutenção se tivéssemos calçadas de concreto bem construídas”, disse David Earle, gerente de projetos da prefeitura de Tallahassee, na Flórida-EUA.

Calçada de concreto nos Estados Unidos: durabilidade e padronização estimulam projetos

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O que faltava era criar um padrão. Não só sob o aspecto construtivo, mas também para ajustar os projetos a elementos novos das cidades, como normas de mobilidade. “Nosso encontro ocorreu em 2014. Depois dele, levamos um ano para treinar nossa mão de obra e chegar a um consenso sobre métodos construtivos. As primeiras calçadas começaram a ser substituídas no segundo semestre de 2015”, completa Earle. Entre as principais preocupações com o projeto estavam textura do concreto, para que os pedestres não escorregassem; nivelamento, para evitar poças, e um design que funcionasse também como junta de dilatação e reduzisse o risco de o concreto apresentar fissuras ou quebrar em pontos críticos, como rebaixamento de guias.

Selo de qualidade
Para esse trabalho, grupos de arquitetos e engenheiros civis prestaram assessoria. “Lógico que, além das preocupações construtivas, o desafio era criar uma calçada original, atraente e que fizesse a população das cidades se sentir motivada a trocar os passeios antigos pelos novos”, disse David Earle. Outro obstáculo a ser vencido foi a legislação. Algumas prefeituras não tinham regulamentação sobre calçadas, deixando o projeto a cargo do dono do imóvel, enquanto outras possuíam regras mais restritivas. No caso de Tallahassee, a solução foi treinar pequenas empreiteiras e credenciá-las para prestar serviço. Quando o proprietário é notificado para trocar a calçada, ele tem a opção de escolher uma das empresas credenciadas.

Calçadas antigas não tinham padrão e com o tempo apresentavam rachaduras

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A revitalização de calçadas com concreto armado recebeu o selo de qualidade do Americans with Disabilities Act (ADA). O organismo é voltado para os direitos civis das minorias nos Estados Unidos e é vigilante com relação à mobilidade urbana das cidades para pessoas com problemas de locomoção. Criada em 1990, a ADA tem um código para construção de calçadas, que foi atendido pelos departamentos de obras das prefeituras norte-americanas. Tecnicamente, as calçadas são construídas com 10 centímetros de espessura – podem chegar a 12 centímetros em áreas com guia rebaixada e que recebem o tráfego de veículos. O concreto é dosado em central, assentado sob armadura de ferro, e as juntas de dilatação são colocadas a cada 9 metros – a distância pode ser reduzida em áreas de esquina ou onde a topografia não é plana.

 

Mão de obra foi treinada para seguir o padrão definido pelas prefeituras

Mão de obra foi treinada para seguir o padrão definido pelas prefeituras

Entrevistado
Engenheiro civil David Earle
, gerente de projetos da prefeitura de Tallahassee, na Flórida-EUA

Contato
David.Earle@talgov.com

Crédito Fotos: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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