Brasil cresce ao ritmo da engenharia de produção

22 de março de 2011

Brasil cresce ao ritmo da engenharia de produção

Brasil cresce ao ritmo da engenharia de produção 150 150 Cimento Itambé

Profissão experimenta alta demanda de 10 anos para cá e na construção civil agregou controle de qualidade, planejamento e gestão aos canteiros de obras

Por: Altair Santos

Desde que o Brasil começou a formar engenheiros de produção, os canteiros de obras das construtoras nunca mais foram os mesmos. Com métodos novos, eles foram absorvidos pelo setor para organizar, racionalizar e planejar o cronograma dos empreendimentos.  Segundo o professor Mário Sérgio Salerno, coordenador do Laboratório de Gestão da Inovação (LGI) do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), os profissionais desta área levaram à construção civil controle de qualidade, planejamento e gestão.

Mário Sérgio Salerno: “É difícil achar um engenheiro de produção formado em uma boa escola que não esteja empregado.”

Apesar de não ser uma profissão nova no Brasil – o primeiro curso foi instalado na USP, em 1958 -, o engenheiro de produção passou a ter alta demanda no mercado nacional de dez anos para cá. A absorção de mão de obra também levou à abertura de novos cursos pelo país afora. “Hoje o mercado está muito aquecido. É difícil achar um engenheiro de produção formado em uma boa escola que não esteja empregado”, revela o professor Mário Sérgio Salerno, salientando que, além dos cursos de graduação, as universidades hoje têm pós-graduação em engenharia de produção.

Parte deste aquecimento no mercado, e também pela grande procura do curso de engenharia de produção, se deve ao fato de que regiões brasileiras que antes não absorviam esse tipo de profissional agora passaram a valorizá-lo. É o que ocorre no Norte e no Nordeste do país, principalmente pelo crescimento da construção civil. “Tradicionalmente, a engenharia de produção era mais requisitada no Sul e no Sudeste, por causa do maior acúmulo industrial, mas o Nordeste e o Norte estão crescendo rapidamente. Hoje, inclusive, a taxas maiores que Sul e Sudeste”, comenta o professor da USP.

Outro estímulo à profissão de engenheiro de produção está relacionado à sustentabilidade. Mário Sérgio Salerno explica que uma das atividades básicas da engenharia de produção é a gestão do desenvolvimento do produto, que envolve seu ciclo de vida e que tem relação direta com a sustentabilidade. “Inclusive, um conjunto de escolas que tem curso de engenharia de produção já incluiu a sustentabilidade entre as suas disciplinas”, afirma Salerno.

Dos setores da economia, três são os que mais absorvem engenheiros de produção: industrial, de serviços e consultoria. Em outros países, a engenharia de produção é também chamada de gestão de operações ou engenharia industrial. “Tem pequenas diferenças. No caso da engenharia industrial, ela é um pouco mais tecnológica e mais ligada à engenharia mecânica. Já a gestão de operações é mais genérica”, explica o coordenador do Departamento de Engenharia de Produção da USP.

Em 2010, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, 70% dos engenheiros de produção contratados foram atuar no mercado financeiro. Os outros 30% acabaram absorvidos pela indústria, incluindo aí a da construção civil.

Entrevistado
Mário Sérgio Salerno
Currículo
– Coordenador do Laboratório de Gestão da Inovação (LGI) do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP e coordenador executivo do Observatório da Inovação do Instituto de Estudos Avançados da USP (www.iea.usp.br)
– Graduado em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (1979), mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1985), especializado em Inovação Tecnológica e Desenvolvimento (Institute of Development Studies, University of Sussex, Inglaterra, 1986), doutor em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (1991)
– Professor Titular (2006) e chefe do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP (a partir de junho/2007)
Contato: msalerno@usp.br / www.pro.poli.usp.br/lgi / www.observatoriousp.pro.br/

Crédito: Arquivo pessoal

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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