Blocos de concreto imitam pedras e conseguem reter CO₂

17 de janeiro de 2018

Blocos de concreto imitam pedras e conseguem reter CO₂

Blocos de concreto imitam pedras e conseguem reter CO₂ 840 630 Cimento Itambé

Tecnologia desenvolvida no Canadá gera peças maciças com textura e formato muito semelhantes ao que se encontra na natureza

Blocos maciços de concreto sequestram CO2 e usam dióxico de carbono para ganhar ainda mais resistência


Blocos maciços de concreto sequestram CO₂ e usam dióxico de carbono para ganhar ainda mais resistência

Os blocos de concreto não param de evoluir. As inovações tecnológicas já permitem que eles mimetizem a natureza, assumindo o formato e a textura semelhantes às das pedras. Isso é possível graças a fôrmas especiais e a tintas que são misturadas ao concreto para que ele ganhe coloração semelhante à das pedras. Até a argamassa usada para unir as peças simula a cor e a textura do que se encontra na natureza. Os materiais agregados à composição dos blocos também permitem que eles sequestrem o CO2 da atmosfera, compensando a emissão de dióxido de carbono gerado na produção de cimento. A tecnologia foi desenvolvida pela canadense CarbonCure.

O conceito parte da ideia de que o concreto deve passar despercebido. Para que isso acontecesse, foi importante romper alguns paradigmas relacionados à fabricação de blocos de concreto, sem que ele perdesse resistência, qualidade e capacidade de dar agilidade à obra. “O segredo para fazer blocos que simulem pedras está nas inovações técnicas que conseguimos dar à textura. O jogo de luz e sombra em uma superfície de alvenaria quebrada aleatoriamente consegue efeitos extremamente positivos. Além disso, o trabalho com as cores foi importante. Em vez do cinza tradicional do cimento, aplicamos uma série de cores que vão do preto basalto ao branco calcário”, explica Elliot Bender, vice-presidente de desenvolvimento e comercialização de negócios da CarbonCure.

Junto com a tecnologia para desenvolver os blocos que imitam pedras, a empresa canadense conseguiu que as peças sequestrassem o dióxido de carbono (CO2) que seria liberado na produção do concreto para moldar as peças. Mais do que isso, ela inovou ao injetar CO2 no processo de produção do concreto. Segundo os pesquisadores, isso melhora a resistência à compressão, já que o dióxido de carbono funciona como um aglutinante sem sacrificar o desempenho. A injeção de CO2 se dá diretamente no caminhão-betoneira. “Quando o dióxido de carbono é injetado em concreto úmido, ele reage quimicamente com íons de cálcio liberados de cimento para formar partículas de carbonato de cálcio sólidas e nanométricas, as quais ficam permanentemente ligadas dentro do concreto”, revela Elliot Bender.

Certificação LEED

Casa construída com blocos de concreto que simulam pedras: poupando a natureza


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Trata-se de um processo que a natureza desenvolveu para gerar pedras e que a tecnologia permite que ela seja criada artificialmente para que os blocos de concreto maciço mimetizem as próprias pedras. “Essencialmente, estamos colocando o dióxido de carbono de volta no seu lugar legítimo, como um componente da pedra calcária”, explica o executivo da empresa canadense. A inovação possibilitou que os blocos que utilizam esse processo ganhassem o selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). Trata-se da primeira certificação de sustentabilidade concedida a artefatos de concreto.

Outra característica dos blocos que mimetizam pedra é que eles recebem uma impermeabilização chamada de Rainbloc. Significa que são repelentes à água de dentro para fora. Isso se deve à inclusão de um aditivo, que é acrescido também na argamassa usada para unir as peças. “Digo que conseguimos imitar a natureza e produzir pedras a partir do concreto”, completa Elliot Bender.

Entrevistado
Elliot Bender, vice-presidente de desenvolvimento e comercialização de negócios da CarbonCure
(via assessoria de imprensa)

Contato: info@carboncure.com

Crédito Fotos: CarbonCure / Brampton Brick

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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