Bairro brasileiro vira referência internacional em sustentabilidade

8 de março de 2010

Bairro brasileiro vira referência internacional em sustentabilidade

Bairro brasileiro vira referência internacional em sustentabilidade 150 150 Cimento Itambé

Em Palhoça (SC), está em construção um empreendimento para 30 mil pessoas credenciado por organismos de construção verde dos EUA

Bairro Pedra Branca, em Palhoça (SC): conceito de bairro sustentável vira referência internacional

O Conselho da Construção Verde dos Estados Unidos (USGBC, na sigla em inglês) criou recentemente o programa de desenvolvimento positivo para o clima. O objetivo é acompanhar projetos urbanos que comprovem estar comprometidos com a redução do volume da emissão de CO2. Em todo o planeta, foram escolhidos 16 empreendimentos que servirão de exemplo para comprovar que, com estratégias construtivas, é possível criar áreas ambientalmente sustentáveis. No Brasil, o projeto escolhido é o bairro Pedra Branca, que está em construção no município de Palhoça, em Santa Catarina.

Estruturas do bairro pregam economia de energia, pouca geração de resíduos e mobilidade urbana

A área, com cerca de 1,7 milhão de metros quadrados, deverá abrigar uma população de 30 mil pessoas dentro de 15 anos. A âncora do empreendimento, a universidade Unisul, ganhou um terreno de 150 mil metros quadrados onde construiu seu campus. O conceito urbanístico adotado no Pedra Branca prioriza a caminhabilidade integrada com edificações sustentáveis. O bairro também conta com um sistema de drenagem de águas pluviais. A meta é otimizar a utilização dos recursos naturais e gerar a menor quantidade de resíduos possível.

Sílvia Manfredi: Diretora-geral da Associação Nacional de Arquitetura Bioecológica

Para a diretora-geral da Associação Nacional de Arquitetura Bioecológica, Silvia Manfredi, o desafio do bairro Pedra Branca será conseguir coexistir com a infraestrutura da cidade, que não prioriza a sustentabilidade. “O conceito puro de bairro sustentável propõe que ele seja totalmente autossuficiente. Por exemplo, deveria gerar a própria energia consumida, gerar alimento para a população, gerar todos os recursos que ele consome ali. O ideal, neste bairro, seria que as pessoas morassem e trabalhassem lá e que tudo o que se consumisse fosse produzido nele. Mas na prática não é isso que ocorre”, diz.

No entanto, ela elogia o projeto. “No Brasil são raras ideias como essa e quando elas surgem devem ser valorizadas. Se, na prática, o Pedra Branca conseguir tornar-se 50% sustentável já será um avanço”, afirma. O bairro em Palhoça prega que as construções utilizem materiais renováveis ou de menor impacto ambiental, com proficiência energética em termos de economia de energia elétrica e economia de água. A ANAB acompanha um desses empreendimentos. Trata-se de uma construção comercial que busca a certificação LEED.

Silvia Manfredi lembra que na China e no Japão já existem cidades sustentáveis. “Lá, além das premissas de sustentabilidade, existe a preocupação com a mobilidade urbana. O transporte público e meios alternativos, como a bicicleta, são priorizados. O carro tem pouco espaço naquelas cidades”, conta. No programa da USGBC, no entanto, os projetos que serão acompanhados, além do de Palhoça, estão em Melbourne, Austrália; Toronto, Canadá; Victoria, Canadá; Ahmedabad, Índia; Jaipur, Índia; área externa da Cidade do Panamá, Panamá; Pretória, África do Sul; Joanesburgo, África do Sul; Seul, Coreia do Sul; Estocolmo, Suécia; Londres, Reino Unido; São Francisco, EUA; e Destiny, Florida, EUA.

Texto complementar

Cidades cada vez mais poluidoras

No ano passado, pela primeira vez, metade da população do mundo (3,2 bilhões de pessoas) morava em cidades – esse número deve crescer para 70% até 2050. As cidades ocupam apenas 2% da massa de terra do planeta e já são responsáveis por mais de dois terços do uso da energia e das emissões de gases causadores do efeito estufa no mundo. O rápido crescimento urbano e as mudanças climáticas estão colocando as cidades do planeta numa situação difícil, com crescentes custos de infraestrutura, energia, serviços de saúde e assistência social que ganharão maior vulto com a pressão da adaptação climática. A maneira como as cidades mudam e crescem é, portanto, um componente essencial para lidar com a crise do clima.

Entrevistada:
Sílvia Manfredi, diretora-geral da ANAB, arquiteta e Urbanista formada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie em 1997 e especialista em Gestão Ambiental pelo Senac em 2004.
Pesquisa, desde 2002, o tema da sustentabilidade na Construção Civil e saúde nas habitações.
Email: lubra@ig.com.br

ANAB – Associação Nacional de Arquitetura Bioecológica
Site: http://www.anabbrasil.org/index.asp

Site: www.cidadepedrabranca.com.brMeta-tags

Jornalista Responsável – Altair Santos MTB 2330 – Vogg Branded Content

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