Arquitetura aterrissa nos aeroportos futuristas

21 de setembro de 2016

Arquitetura aterrissa nos aeroportos futuristas

Arquitetura aterrissa nos aeroportos futuristas 600 375 Cimento Itambé

Projetos priorizam linhas impactantes, áreas amplas, acessos rodoviários que fogem dos congestionamentos e interligação com trens e metrôs

Por: Altair Santos

Aeroporto da Cidade do México: meta é atender demandas de voos e passageiros até 2100

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Projetado pelo escritório britânico Foster+Partners, o aeroporto de Pequim inaugurou uma nova fronteira para os terminais aéreos. Ao invés de maciços de concreto e aço, passaram a ser tratados como obras de arte da arquitetura. Além disso, tornaram-se equipamentos conectados com as cidades, agregando o máximo de mobilidade urbana: de metrô a ciclovias. O empreendimento erguido em Pequim, cuja construção começou em 2003 e terminou em 2007 – um ano antes dos Jogos Olímpicos realizados na capital chinesa -, foi porta de entrada para os aeroportos futuristas.

Os novos terminais projetados no mundo, desde o final da década passada, seguem os conceitos inaugurados em Pequim: linhas impactantes, áreas amplas, acessos rodoviários que fogem dos congestionamentos e interligação com outros modais. A própria China viabiliza um novo terminal, em Hong Kong, sem se desviar destes padrões. “A ideia é pensar o aeroporto como um edifício sustentável. Ele precisa ajudar a cidade, e não atrapalhar. Então, deve agregar design e se beneficiar de sua grande área para gerar energia solar e minimizar o consumo”, define o renomado arquiteto Normam Foster.

Terminal de Pequim, inaugurado em 2007: o primeiro dos aeroportos futuristas

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A tendência de transformar os terminais aéreos em usinas de energia está presente em todos os projetos de aeroportos futuristas. No novo terminal do Kuwait, as fontes fotovoltaicas abastecem o gigantesco sistema de ar-condicionado que abrange a construção. Ele cobre uma área de 1,2 km². Essa foi uma das exigências para que o edifício obtivesse a certificação LEED ouro, já que as temperaturas no Kuwait ultrapassam facilmente os 40 °C. Outra opção para resfriar o ambiente foi priorizar grandes colunas de concreto aparente, já que o material tem baixa condutividade de calor.

O mesmo conceito se aplica ao aeroporto de Amã, na Jordânia. Concreto e vidro predominam na estrutura que envolve o terminal, cujo projeto arquitetônico lembra uma praça. A ideia foi transformar o empreendimento não apenas em um lugar de chegadas e partidas, mas de encontros entre famílias. “O local é um oásis em pleno deserto”, define Normam Foster, que investiu em gigantescas estruturas pré-fabricadas de concreto para criar grandes vãos e facilitar a circulação do ar. O aeroporto atende a um projeto ambicioso da Jordânia: o de se transformar no país com o maior fluxo de turistas do Golfo, até 2030. Por isso, foi projetado para receber até 30 milhões de passageiros por ano.

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A preocupação com o futuro também levou a Cidade do México e a Cidade do Panamá a investirem em aeroportos futuristas. No caso do projeto mexicano, o design aerodinâmico do terminal tem um propósito: aproveitar as correntes de ar da região, que fica a mais de 2.200 metros de altitude, para criar um sistema que utilize a ventilação natural. Assim, em boa parte do ano o prédio dispensa a refrigeração artificial. No Panamá, o aeroporto de Tocumen, que fica a 24 quilômetros da Cidade do Panamá, apostou em um projeto arquitetônico que fizesse a fusão da estrutura já existente com um novo complexo de embarque e desembarque. O desafio, neste caso, foi conseguir a harmonia arquitetônica entre o velho e o novo.

Com o know-how adquirido em construir aeroportos futuristas, três dos maiores escritórios de arquitetura do mundo (Foster + Partners, Halcrow e Volterra) se uniram para projetar um terminal novo para Londres, aproveitando o estuário do rio Tâmisa. A um custo de 20 bilhões de libras (cerca de R$ 85 bilhões), o empreendimento poderá receber 150 milhões de passageiros por ano. A expectativa é que leve 16 anos para ficar pronto, transformando-se no maior aeroporto do mundo e também na edificação mais sustentável do planeta. Para aproveitar a correnteza do rio, uma usina hidrelétrica de médio porte será instalada no subsolo do aeroporto, a fim de torná-lo autossustentável em geração de energia.

 

Entrevistado
Foster+Partners (via assessoria de comunicação)

Contato: press@fosterandpartners.com

Crédito Foto: Foster+Partners

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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