Arquiteto só deixa entrar concreto em seus projetos

15 de fevereiro de 2017

Arquiteto só deixa entrar concreto em seus projetos

Arquiteto só deixa entrar concreto em seus projetos 600 401 Cimento Itambé

Kazunori Fujimoto faz parte da escola japonesa conhecida como “amigos do concreto”, e que se desenvolveu na Universidade de Tóquio

Por: Altair Santos

O arquiteto japonês Kazunori Fujimoto decidiu radicalizar. Em seus projetos, o único material permitido é o concreto. Especialista em construção de casas, ele vem assombrando a arquitetura mundial com seus conceitos. À exceção das esquadrias e dos vidros nas janelas, além das portas, nenhum outro material é usado, senão o concreto. “As paredes de concreto permitem criar um ambiente interno confortavelmente silencioso em espaços amplos. É isso que me faz preferir trabalhar com o material”, diz o arquiteto.

Do piso ao teto, Kazunori Fujimoto só trabalha com concreto

Do piso ao teto, Kazunori Fujimoto só trabalha com concreto

Outra predileção de Kazunori Fujimoto é construir residências de verão em praias japonesas, e também casas de campo. “São ambientes em que é possível explorar estruturas mais amplas, com visão panorâmica, e que permitem combinar requinte com simplicidade”, completa o arquiteto, que não dispensa o concreto nem no piso das casas que projeta. Sua preferência é pelo material polido. Além disso, ele também se diferencia ao desenhar as escadas de suas casas – geralmente construídas em dois pavimentos.

Apontado como sucessor de Tadao Ando, 74 anos – considerado o principal arquiteto japonês do período pós-guerra -, Kazunori Fujimoto, que completa 40 anos em 2017, faz parte da escola japonesa de arquitetura conhecida como “amigos do concreto”. Esse grupo se fortaleceu depois que a Universidade de Tóquio desenvolveu pesquisas para melhorar os desempenhos acústicos e térmicos do material, a fim de atender aos requisitos exigidos pelo governo japonês.

A Universidade de Tóquio trabalhou intensamente em um tipo de concreto em que a areia é substituída por cinzas vulcânicas – abundantes no país, ao contrário da areia de rio -, criando um material mais acessível financeiramente para projetos de residências. Além das pesquisas acadêmicas, o Japão possui também ateliês de arquitetos e engenheiros que se propõem a desenvolver materiais para a construção civil do país, abastecendo as inovações projetadas por nomes como o de Kazunori Fujimoto.

Casas perenes

Casa pensada para resistir a tsunamis tem telhado ondulado de concreto

Casa pensada para resistir a tsunamis tem telhado ondulado de concreto

Outro fator que induz Fujimoto a trabalhar intensamente com o concreto é o tipo de terreno em que é desafiado a projetar e construir suas casas. Na maioria das vezes, são espaços com desníveis acentuados. Essa característica dos terrenos também leva Kazunori Fujimoto a se concentrar em projetos com no máximo 100 m² de área construída. Outra especialidade do arquiteto é conceber casas que caibam em terrenos estreitos. Um de seus projetos mais destacados é a residência construída em Ropponmatsu – distrito de Fukuoka – em um terreno que mede 6 metros x 18 metros.

As casas de concreto de Kazunori Fujimoto também têm razão de ser por causa do intenso risco de abalos sísmicos e tsunamis no Japão. Seus projetos já contemplam esse tipo de acidente. Em Mihara, Hiroshima, o arquiteto projetou uma casa em que o telhado de concreto armado, com laje de 12 centímetros de espessura, tem formato ondulado para permitir que a água flua sobre ele. O objetivo é minimizar o impacto de tsunamis e preservar a estrutura. “Desenvolvemos projetos com o objetivo de que sejam perenes”, afirma Fujimoto.

Terrenos estreitos ou em desnível também estimulam projetos de casas de concreto de Kazunori Fujimoto

Terrenos estreitos ou em desnível também estimulam projetos de casas de concreto de Kazunori Fujimoto

Entrevistado
Arquiteto Kazunori Fujimoto (via assessoria de imprensa)

Contatos
fujimoto@jutok.jp
www.jutok.jp

Crédito Fotos: Kazunori Fujimoto

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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