Edifício 360°, na cidade de São Paulo, e Mandala, em Curitiba, se inspiram em arquiteturas que valorizam grandes varandas e fachadas assimétricas
Por: Altair Santos
O Edifício 360°, que teve a execução concluída em 2013, na cidade de São Paulo, lançou o conceito de fachada assimétrica no Brasil. Ele repaginou as plantas das unidades, valorizando as varandas, transformando-as em verdadeiros quintais. A ideia do projeto é de que cada apartamento funcione como uma casa suspensa. Deu tão certo que o prédio ganhou o Mipim Future Projects Awards, oferecido pela The Architectural Review – uma das mais respeitadas publicações europeias sobre arquitetura. O sucesso desencadeou projetos semelhantes no país. Em Curitiba, por exemplo, a Thá constrói o Mandala.
Fora do país são cada vez mais comuns projetos com esse perfil. Em Miami, nos Estados Unidos, e em balneários da Itália e da França tornaram-se uma tendência na arquitetura local. Em comum, eles têm o objetivo de atender um público que busca segurança, sem abrir mão do espaço e da privacidade que uma casa oferece. No Brasil, não é diferente. “Pessoas que compram um apartamento com esse diferencial não estão comprando o primeiro imóvel e querem investir em uma moradia mais luxuosa. O mercado imobiliário tem nichos de públicos diferentes”, explica a engenheira civil Cássia Santos Assumpção, gerente de incorporações da AG7 Realty, que está à frente do edifício Mandala.
Esta edificação em construção em Curitiba, com previsão de entrega em janeiro de 2017, resume os desafios arquitetônicos e de engenharia impostos por prédios com essas características. “Como não há andares com repetições, conhecidos no meio técnico como ‘andar tipo’, cada andar exige uma solução diferente. A continuação vertical de todas as instalações sofre desvios, o tratamento acústico é diferenciado entre as unidades e a exclusividade do produto também gera uma engenharia de soluções complexa. Por exemplo, as varandas precisam ser projetadas estruturalmente, utilizando tecnologia para grandes vãos e grandes balanços”, explica Cássia Santos Assumpção.
Apartamentos pré-fabricados
Isay Weinfeld, arquiteto que projetou o Edifício 360° revela que ficou um ano e meio desenvolvendo soluções para viabilizar a obra. A saída foi investir em estruturas pré-fabricadas para construir as caixas que formam os apartamentos, em vez de concretá-las diretamente na estrutura. Isso, segundo ele, ajudou a baratear o custo e a encurtar o cronograma da obra. Outra solução foi usar parede em drywall com tratamento acústico nas áreas internas, reduzindo a carga sobre pilares e vigas e proporcionando maior flexibilidade nas plantas. “Esta tecnologia construtiva também tem a vantagem de ser mais sustentável e ter mais velocidade de produção no canteiro de obras”, reconhece a engenheira da AG7 Realty, que adotou tecnologia similar no Mandala.
No prédio com fachadas assimétricas em construção em Curitiba estima-se que serão empregados 10.500 m³ de concreto. Já no Edifício 360°, a torre de 22 pavimentos consumiu perto de 80 mil m³ de concreto. O know how adquirido por essas construtoras já as estimula a empreender em novos projetos com características semelhantes. AG7 Realty, por exemplo, está à frente do Igloo Curitiba. O empreendimento de apartamentos compactos terá grandes varandas com churrasqueiras, com ampla relação entre a área a externa e a área interna. Os quintais, definitivamente, chegaram aos prédios habitacionais.
Entrevistados
Engenheira civil Cássia Santos Assumpção, gerente de incorporações da AG7 Realty
Arquiteto Isay Weinfeld (via assessoria de imprensa)
Contatos
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Créditos Fotos: Divulgação e Divulgação/ AG7 Realty