Alvenaria vai predominar no Minha Casa, Minha Vida

20 de outubro de 2009

Alvenaria vai predominar no Minha Casa, Minha Vida

Alvenaria vai predominar no Minha Casa, Minha Vida 150 150 Cimento Itambé

Sistema construtivo, já enraizado na cultura brasileira, estará à frente da maioria das construções do programa habitacional

Professor Francisco Ferreira Cardoso: no Minha Casa, Minha Vida não há espaço para Professor Pardal

Professor Francisco Ferreira Cardoso: no Minha Casa, Minha Vida não há espaço para Professor Pardal

O lançamento do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida trouxe à tona uma série de processos construtivos. Alguns deles, miraculosos, prometem erguer casas populares em até um dia. Não que eles não possam ser cumpridos, mas para comprovar a capacidade inovadora precisam da aprovação do PBQP-H (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat), ligado ao Ministério das Cidades, e ser submetidos ao SINAT (Sistema Nacional de Aprovação Técnica de Produtos Inovadores).

São estes mecanismos oficiais que validam soluções inovadoras para a construção habitacional. É a partir deles que a Caixa Econômica Federal decide ou não liberar o financiamento para que estes sistemas construtivos integrem o Minha Casa, Minha Vida. São levados em conta itens como desempenho, durabilidade, conforto, segurança e sustentabilidade. Dentro deste cenário, o professor Francisco Ferreira Cardoso, da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), e que também faz parte do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, avalia que o programa vai privilegiar métodos tradicionais, com a alvenaria. “Não haverá Professor Pardal na construção das casas”, afirma.

A alvenaria, seja utilizando tijolos ou blocos de concreto, é, por excelência, o processo construtivo já enraizado na cultura brasileira, avalia Francisco Cardoso. “É a maneira brasileira de construir. Foi trazida pelos portugueses e é a que o brasileiro confia. Então, presumo, haverá pouco espaço no Minha Casa, Minha Vida para sistemas muito inovadores ou importados”, diz. O especialista considera que apenas os processos que permitam a industrialização, como os pré-fabricados e os sistemas com paredes de concreto feitos com fôrmas, devem competir com a alvenaria. “Como são sistemas que pressupõem valor agregado e velocidade da produção da obra também devem ser bem usados no programa”, completa.

O professor da USP analisa, porém, que, independentemente do sistema construtivo, é crucial que a que habitação a ser construída leve em consideração a questão do conforto termoacústico. “Essa é uma questão essencial, junto com a durabilidade e com a segurança estrutural. Não se pode sacrificar isso. Não se pode, em nome de uma possível inovação que reduza custos ou acelere prazos, pôr em risco o conforto e a segurança. Além disso, a sustentabilidade é outra questão essencial para o sucesso do Minha Casa, Minha Vida”, diz.

Para padronizar a qualidade das obras a serem erguidas em todo o Brasil, e levando em consideração as diferenças regionais, o IPT e Politécnica estão propondo a criação de um código de construção. Sua missão seria pegar as práticas tradicionais da alvenaria e combina-las para criar um padrão único. “O que sugerimos são boas práticas de construção. Não que estejamos questionando as tecnologias, mas sinalizando, por exemplo, que se adotem critérios na contratação de profissionais do setor, sejam engenheiros, arquitetos ou operários. Se eles tiverem uma base parecida, as diferenças nas construções serão pequenas”, prevê Francisco Cardoso.

Processo construtivo ideal é aquele que:
* Tem bom desempenho (durabilidade ao longo da vida útil da construção).
* Oferece segurança e conforto ao usuário.
* Preserva a saúde dos moradores.

Regras básicas na compra de uma habitação do Minha Casa, Minha Vida:
* Financiamento condizente com renda mensal.
* Localização.
* Potencial para receber melhorias.
* Capacidade de permitir a expansão da família.
* Luminosidade.
* Fazer uma compra racional e não emocional.

Entrevistado: Francisco Ferreira Cardoso: francisco.cardoso@poli.usp.br

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Vogg Branded Content

20 de outubro de 2009

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